domingo, 22 de novembro de 2009

TEORIAS ME CONFUNDEM


Crônica escrita por Angel, Danny, Débby, Eddie, Lê e Vini. Publicada por Débora Schmitt


Duas palavras poderiam resumir o que realmente é a academia de comunicação social e suas teorias: conflito mental. Conjugo o verbo “poder” no futuro porque o texto que aqui se discorre nada mais é que uma teoria. Claro que, anos luz de distância, mais superficial, rasa e particular que aquelas enfrentadas num banco de faculdade. E antes que esta ganhe características de teorias formais e um nó consuma todos os seus neurônios, relaxe, pois não se trata de uma aula de teoria da comunicação. Ufa... Não é mesmo?
Pois bem, no primeiro ano de faculdade a gente começa a entender o funcionamento da sociedade com as respeitadas teorias sociológicas e de ciências políticas, onde Karl Marx impera – duvido de quem diz que não se lembra de O Príncipe, Maquiavel. Ainda nesse período temos na academia a paradoxal - no sentido de amá-la e temê-la - teoria da comunicação. Mela fazemos das tripas coração para entender sobre os efeitos, as origens e o funcionamento do fenômeno da comunicação e seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e cognitivos - claro que tive que revisar teorias para me lembrar disso agora. Nesse momento os dois extremos da corda se entrelaçam e o princípio do nó começa a se formar em nossas mentes. No segundo ano... (Iniciado por Eddie)
...mudamos de sala, mudaram alguns professores e as teorias continuaram imperando em nosso convívio liberto de identidade e de racionalidade. Ainda não sabemos nada! Eureca! Pelo menos sei que mudou o rumo do meu destino e do verbo poder, que agora conjugo no presente. Eu posso estabelecer uma relação estreita entre a prática e a teoria funcional. Apesar de gostar de viver muito o lado prático da vida, a teoria sempre se mostrou competente demais para meus vislumbramentos secundários. Então a lucidez da juventude é benéfica pela ânsia de conhecimento, mesmo quando as teorias parecem um túnel sem luz no fim. Não me satisfaço com os paradigmas apresentados, pressinto transcender às ordens das coisas, e no princípio o que me parecia incerto é do que depende o desenvolvimento da prática. Felizmente estou sobrevivendo ao... (Escrito por Angel)
...mar de dúvidas. Antes o que me sobressaltava era o fato de entrar em sala e ver o mundo com outros olhos. Hoje o que mais me liberta é o fato de saber que não sou igual à massa – ao menos acredito nisso. Neste instante acalento meu cérebro com uma grande dispersão. Afinal, caminhei até aqui com a esperança de ser um ser melhor e agora me pego questionando se está valendo à pena. Como você é fraco! Encorajo-me, a cada dia, lendo os jornais com um leve sorriso, afinal sei o que é agendamento e isso me faz buscar o além do óbvio. Sei também que tudo que vem em primeiridade, segundo Pierce, é pouco. Acredito que Freud sabia realmente sobre o grande poder do inconsciente. E a bendita indústria cultural: porque as pessoas acreditaram e acreditam em adorno e não em mim? Se ele é um pensador e estudioso por refletir sobre a sociedade, eu também sou.
Acordo pensando no que ouvi na aula anterior e durmo pensando no que ouvi na aula que acabou de acabar. E além do mais, tudo conforme os comportamentos de receptividade da informação da população. Pareço confuso? Acreditar no que eu apenas ouço ou leio está ficando difícil. Se houvesse outra maneira de... (Escrito por Danny)
...colocar em prática esse monte de teorias que pairam pelos corredores da faculdade todos os dias, tenho certeza que nosso nó mental começaria a se afrouxar. Meu deus tem horas que meus neurônios parecem disputar um cabo de guerra! Agora chegamos ao terceiro ano, o ano do “estou em cima do muro”: não somos mais tão focas e tampouco competentes jornalistas ainda. Quem parece não estar nem um pouco indecisa são as teorias, elas permanecem ali, à espreita, no aguardo de uma mínima chance para dançaram em nossa frente, exibindo suas monumentais idéias e apavorando novamente os perdidos e iludidos neurônios que sobreviveram à gincana universitária. Por sorte, ou por condescendência à nossa pessoa, esse ano as teorias trouxeram acompanhantes: as práticas! Puxa, sejam bem vindas, por que demoraram tanto a aparecer?
E agora, nessa louca união desproporcionada de teorias e práticas nos resta perguntar: quem é quem? Qual a teoria, dentre as milhares que insistem em se manifestar desesperadamente em minha mente, que se aplica à prática? Como podemos sarcasticamente notar, as teorias continuam... (Escrito por Débby)
...rodopiando em um ciclo continuo em direção ao esquecimento, como um redemoinho sugando tudo aquilo que não é forte o suficiente para se salvar. Graças à prática existe uma salvação para essas confusas manifestações. Espero que algumas práticas não tardem tanto, já que precisamos fixar esse conhecimento.
Estou ansioso para não me sentir revoltado com Rivoltela. Não consigo evitar pensar o que será de nós no ano seguinte. O som da palavra epistemológico já me causa arrepios terríveis. Não me considero uma pessoa sem neurônios, mas sim um ser que possui uma capacidade cerebral que assimila algumas coisas e deixa outras de lado, entendo a importância de envolver a mídia e a educação no aprendizado infantil, mas não me vejo trabalhando dessa forma.
O ano seguinte tende a ser uma... (Escrito por Vini)
... briga entre teorias versus práticas, onde eu serei o juiz e terei que saber separar a minha bagagem teórica das experiências que o terceiro ano me trouxe: as arrepiantes práticas, que no começo eram tão satisfatórias, mas que depois virou um pesadelo contínuo. Ufa! Enfim o quarto ano. Somos os veteranos da academia, passamos com a cabeça erguida, diante dos outros alunos, e sempre deixamos um ar de superioridade no ar. Na verdade, não é nada disso o que acontece. Estamos tão preocupados com as delimitações do tema para o TCC, que nem percebemos os outros futuros jornalistas ao nosso redor. É ai que o nó aperta de vez. Você tem um ano para escolher um assunto que te faça tirar uma boa nota para provar que pode ser um bom porta voz da sociedade. Seguir os caminhos de Peruzzo seria uma ótima opção, ouvi falar tanto dela no segundo ano que poderia até me aventurar em escrever sua biografia. Mas o que me impressionou mesmo foram às apostilas de Charaudeau, desvendando os segredos das mídias. Mas se dentro disso optar por um vídeo documentário, recorrerei às dicas de Paternostro (“que estais no céu, santificado seja...”). Brincadeiras à parte, hãn-hãn. Teorias, teorias, teorias...Só agora me dei conta que conhecia tantas delas. E como se tornaram importantes! Acho que de tanto estudá-las acabei me tornando obcecada por elas. Eu não sou mais o mesmo. (Escrito por Lê)
Loucos por teoria ou apaixonados por prática, a verdade é que ambas existem, fazem parte (até mais do que gostaríamos) no nosso dia-a-dia acadêmico, e podemos até xingá-las, rechaçá-las, amaldiçoá-las, mas elas estarão ali, sorrindo da nosso raiva ou agradecendo o nosso prestígio. Há quem prefira as longas e inacabáveis linhas de teoria, que enchem cadernos e acabam com as canetas (e os dedos, pobre deles). Há os inquietos e hiperativos que são fascinados pelas práticas, e por fim, acabam praticando além da conta, coisas que não deviam. Faz parte, ninguém é perfeito (nem santo. Você é?). A realidade, seja ela boa ou ruim, é que as teorias fazem parte da nossa vida. Sem elas, as meigas e amáveis práticas seriam... teorias. Logo, percebemos que elas são fundamentais, e que, mesmo sendo um pouco repudiantes às vezes, precisamos aprender a curti-las e tratá-las com carinho, afinal, sem elas não poderíamos dar o passo seguinte. Confusas? Extremamente. Confusas, apavorantes, dúbias, obscuras, ambíguas, revoltosas, SEM NOÇÃO. Esses são os nossos adjetivos atribuídos com imenso carinho às teorias, essas pequenas idéias indigestas à quem aprendemos a amar por livre e espontânea vontade de ser alguém na vida! (Finalizado por Débby)

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