domingo, 29 de novembro de 2009

JORNALISTAS vs MÍDIA E ESPETÁCULO

Por Eder Alfredo

A partida começa com os preparativos de futuros integrantes do time de jornalistas. A categoria de base se une para tornar real uma discussão que, como espectador interessado, acontece pouco entre profissionais da mídia: a espetacularização da notícia.

A bola é passada para Leandro Fortes, jornalista de "pseudo-esquerda" da Carta Capital. Fortes se arrisca nas jogadas quando diz que "a notícia nunca deve ser show"; bate nessa trave por diversas vezes numa crítica compulsiva do nada para lugar nenhum. O tema "poder da blogosfera" é seu toque de classe, mas o "jornalista jogador" parece não querer colocar em campo tal habilidade. Bate tantas vezes na mesma trava que, no momento em que tenta passar a bola, faz um estúpido contra quando diz: "o jornal impresso é uma porcaria que deveria ter fim", pior que isso, o passe foi tão errado que se empolgou e chutou mais uma: "os periódicos impressor deveriam acabar, porque são antiecológicos". Mas, afinal, de que são constituídos os exemplares da Carta Capital? A torcida vai ao delírio! Mas como estivesse tentando fazer as fazer com a platéia, Fortes finalmente faz um gol! Gooooool!!! Ele é a favor da obrigatoriedade do diploma para jornalistas - o que no fundo todos são.

A partida segue com jornalistas de Maringá e região que driblam, sábia e respeitosamente, no campo do esporte jornalístico defendendo o show moderado da notícia, de maneira que a mesma deve ter efeitos atrativos para assuntos relevantes da sociedade. Assim, para o bem estar social, vale a pena que a notícia vire show. Mas a bola toca mesmo a rede quando os "jornalistas jogadores" numa jogada em conjunto, reconhecem que " os jornalistas não podem salvar o mundo, mas podem mostrar o caminho para que as mudanças ocorram" e que "não para tratar de todos os problemas de uma só vez, então, cada homem da mídia deve abraçar uma causa". Golaço!

Adalberto Pioto (CBN) entra em campo com moral, fala muito da sua história de vida, do lado profissional, do cotidiano das redações, aquela velha ladainha que qualquer acadêmico do terceiro ano de jornalismo está "careca" de saber... O "estrelismo" do "jornalista jogador" ofuscou suas habilidades de craque respeitável da área jornalística. sua participação no jogo só não ficou em zero a zero porque trouxe o reforço de vídeos da internet que mostravam a indignação de jornalistas de opinião, que falam o que pensam, mas aí já era tarde e a equipe técnica havia pedido para que o "jornalista atleta estrelinha" saísse do jogo - a tietagem da equipe feminina da categoria de base foi demais!

Finalmente, Arbex Junior da revista Caros Amigos é convocado para o final decisivo da partida. Era o momento que a torcida mais aguardava. Entra humilde, triunfante, hilário satírico, e de chinelas no pé! Se, na visão de Arbex Junior, a notícia era espetáculo ounão, ninguem estava interessado. As palavras do artilheiro da partida, sim, deram show. Era gol seguido de gol com o "Garrincha" do jogo. Conhecedor e sábio sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo, envolveu a torcida com seu linguajar escrachado, visual nada formal e de mente brilhante. Fez a platéia entender que dá para viver de jornalismo sério, sem precisar se vender e sem corromper ninguém. Gol com a defesa do diploma - explicando, inquestionavelmente, o porque disso - go por tratar do jornalismo em si em não do jornalista José Arbex Junior, "gol, gol, gol...

A partida encerra com o contentamento da categoria de base - da qual participo - em entender que raciocínios de acadêmicos não são tão medíocres como se pensa. Duvidas sanadas sobre o sensacionalismo da mídia e uma lição:o espetáculo jornalístico deve, sim, diminuir, mas sem deixar que o show pare, ou seja, muitas partidas ainda virão...

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